Feito para ser ouvido do começo ao fim, 'The dark side of the moon' é uma das obras-primas do Pink Floyd e o melhor álbum de rock.
E chega aos 50 anos em Primeiro de março de 2023.
The Dark Side of the Moon é o oitavo álbum de estúdio da banda britânica de rock progressivo Pink Floyd, lançado em 1 de março de 1973. O disco marca uma nova fase no som da banda, com letras mais pessoais e instrumentais menores, contendo alguns dos mais complicados usos dos instrumentos e efeitos sonoros existentes na época, incluindo o som de alguém correndo à volta de um microfone e a gravação de múltiplos relógios a tocar simultaneamente.
Os temas explorados na obra são variados e pessoais, incluindo cobiça, doença mental e envelhecimento, inspirados principalmente pela saída de Syd Barrett, integrante que deixou o grupo em 1968 depois que sua saúde mental se deteriorou. O conceito básico do disco foi desenvolvido quando a banda estava em turnê, e muito do novo material foi apresentado ao vivo, muito antes de ser gravado.
A banda produziu o trabalho no Abbey Road Studios de Londres em diferentes sessões em 1972 e 1973 ao lado do produtor Alan Parsons, diretamente responsável pelo desenvolvimento dos elementos sonoros mais exóticos presentes no disco, e a capa, que traz um prisma sendo atingido por um feixe de luz o transformando em um arco-íris, foi desenvolvida para simbolizar a complexidade que o som da banda escondia por trás de sua aparência simples. (Falei da polêmica deste arco-íris na arte comemorativa de 50 anos do álbum aqui) — Wikipedia.
Este álbum deve ser exaltado. Sim, exaltado. E direi por quê.
O álbum, considerado a obra-prima do Pink Floyd, é um álbum conceitual sendo feito para ser ouvido do começo ao fim. A última música do disco chama-se precisamente “Eclipse”, e é o ponto culminante da viagem de quase 45 minutos que o quarteto oferece no seu oitavo álbum.
'The Dark Side of the Moon' afastou-se das grandes suites musicais para apostar numa proposta mais compacta. Assim, o álbum gira em torno de vários aspectos da vida moderna, abordando temas como a doença mental, a passagem do tempo, a morte, a vertigem da vida moderna e a ganância.
Aclamado pela crítica e pelos fãs, 'The Dark Side of The Moon' não foi apenas um divisor de águas na carreira do Pink Floyd, mas também é considerado um dos maiores álbuns de todos os tempos.
A capa e o título de The Dark Side of the Moon
A capa do disco ficou praticamente tão famosa quanto as próprias músicas, virando uma espécie de identidade visual da banda e sendo reproduzida em diferentes produtos e contextos, nas décadas seguintes.
Em um fundo preto, vemos um prisma sendo atravessado por um raio de luz que se transforma em um arco-íris. O fenômeno, conhecido em Óptica como refração, consiste na separação da luz em um espectro de cores. E então, pessoal, não é uma alusão ao movimento LGBTQIA+, ao qual sou favorável. Assim, chega de polêmicas sobre a capa, certo?
A imagem foi uma criação de Aubrey Powell and Storm Thorgerson, dois designers que eram conhecidos por produzirem as capas de vários álbuns de rock, naquela época.
Quando o disco foi lançado, surgiram várias questões acerca da simbologia da capa, mas os integrantes da banda nunca chegaram a esclarecer claramente o seu significado.
A teoria mais aceite é a de que se trata de uma metáfora para a própria sonoridade do grupo. Assim como um simples feixe de luz que se transforma em uma sequência de cores, a música de Pink Floyd seria extremamente complexa, apesar da sua aparência simples.
Já o título reproduz um dos versos da música Brain Damage, que integra o lado B do álbum:
I'll see you on the dark side of the moon. (Encontro você no lado escuro da lua.)
Este "lado escuro da lua" parece representar aquilo que não está à vista e que, por isso mesmo, é um mistério para nós.
No contexto da canção, a expressão também parece designar o momento em que um indivíduo se alheia da realidade, o isolamento, a loucura.
As músicas do disco The Dark Side of the Moon
Com letras compostas por Roger Waters, o disco apresenta versos mais intimistas que os anteriores, suscitando reflexões sobre inúmeras dificuldades e pressões da vida comum.
Entre outros temas, o disco fala de questões intemporais que fazem parte da natureza humana, como a saúde mental (ou a falta dela), o envelhecimento, a ganância e a morte.
Lado A
O disco inicia com Speak to Me, um tema instrumental que conta com alguns versos declamados (e não cantados). Neles, temos o desabafo de um sujeito que se sente enlouquecendo. Trata-se de alguém que parece estar no limite e que afirma que a sua saúde mental está se deteriorando há muito tempo.
Já Breathe assume um tom mais positivo, retratando o ser humano como alguém que deve ser livre e procurar o seu próprio caminho, individualmente e sendo honesto consigo mesmo.
On the Run é uma faixa instrumental que consegue traduzir a sensação de urgência, de movimento. Os sons de relógios e passos que integram a música transmitem a ideia de estar de partida, fugindo de alguma coisa.
Logo na sequência, Time questiona a passagem do tempo e as formas como as percepcionamos, sublinhando a importância de conseguir viver agora, já que a vida está passando em alta velocidade.
O lado A termina com The Great Gig in the Sky, uma canção que lembra que a morte é algo inevitável e que, por isso mesmo, deve ser encarada com naturalidade e leveza.
Lado B
O segundo lado do disco começa com Money, uma das faixas mais célebres. Trata-se de uma crítica ao capitalismo e à sociedade de consumo que chama a atenção para o modo como as pessoas que vivem obcecadas com ganhar e acumular dinheiro.
Us and Them é uma música que se foca na guerra, retratando-a como algo absurdo e injustificável. A letra se foca na eterna separação entre "nós" e os "outros" que nos leva a encarar nossos semelhantes como inimigos.
O instrumental Any Colour You Like tem uma sonoridade que pode ser percebida ou imaginada como uma sequência de cores, ondas e padrões.
A faixa Brain Damage, diretamente inspirada na crise de Syd Barrett, conta a história de alguém que parece ter perdido a razão e caído no caminho da loucura.
Semelhante a uma despedida, o sujeito comenta a instabilidade do seu companheiro, referindo que o encontrará "no lado escuro da lua".
O verso sugere que este indivíduo acredita que terá um destino semelhante ao do amigo, talvez pela vida que leva.
Finalmente, em Eclipse há um jogo de contrastes entre luz e sombra, vida e morte. O tema sublinha a efemeridade da vida, concluindo que a escuridão acaba por vencer no final.
Criação e recepção do disco
As canções do disco começaram a ser compostas durante uma turnê internacional. Logo depois, o grupo decidiu dar alguns shows para apresentar as músicas que estava criando e perceber a resposta do público.
Assim, mesmo antes da gravação estar concluída, a banda partiu na turnê The Dark Side of the Moon Tour, entre os anos de 1972 e 1973.
Foi também nesse período que gravaram o disco no Abbey Road Studios, eternizado principalmente pelo seu trabalho com os Beatles.
A produção e os efeitos sonoros, bastante inovadores para a época, ficaram a cargo de Alan Parsons. Assim que foi lançado, The Dark Side of the Moon atingiu um enorme sucesso, se tornando um dos álbuns mais vendidos na história do Reino Unido.
Visto como um dos discos mais marcantes do rock internacional, ele também suscitou várias reflexões e teorias. Uma delas, bastante popular, é a sua relação com o filme O Mágico de Oz.
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