Reproduzo o que autor e economista Ricardo Amorin postou no Linkedin, por concordar com atual situação, que me preocupa bastante.
"Eu me recuso a fazer parte de uma guerra tribal que está destruindo o país. Não acredito na visão #maniqueísta de que “nossa tribo representa o bem, a tribo rival o mal.” Já vivi o suficiente para saber que o mundo é bem mais complexo do que isso.
“Então, você é isentão!” Obrigado, sou #isento, mesmo.
Para mim, isenção - que no dicionário é definida como “caráter ou condição daquele que não é parcial; equidade.” - é virtude, não defeito. Em um país, onde a grande maioria alistou-se a uma tribo ou a outra, é necessário coragem para sustentar suas próprias convicções e desagradar a ambas. Isenção hoje é coragem, ao contrário do que as tribos querem fazer acreditar.
Quero um Brasil em que as pessoas são capazes de ouvir ideias diferentes das suas, pensar e, eventualmente, aprender algo e sair da conversa com uma visão melhor e mais completa da realidade. Quem quer posicionamentos político-partidários não quer isso. Quer apenas alistar mais alguém para o seu exército ou combater alguém no exército inimigo.
Um Brasil dividido em tribos rivais, com líderes elevados à condição de semideuses incapazes de errar é exatamente o oposto do que eu quero.
Não vai ser buscando ecos de nós mesmos, reafirmando nossa identidade com quem pensa exatamente como nós e vilanizando quem pensa diferente que construiremos um Brasil melhor, mais próspero e mais desenvolvido.
Essa receita polarizadora vem sendo adotada por ambos os lados há pelo menos uma década e meia. O resultado foi o pior resultado econômico da História brasileira, politização da educação e da Justiça, ódio, desconfiança e divisionismo.
Além disso, há uma diferença enorme entre influenciar e manipular.
Influenciar é ajudar as pessoas a verem o que não viam e chegarem a suas próprias conclusões, a partir de suas próprias preferências.
Nada contra tantos que pensam diferente, mas para mim, aproveitar da posição de influenciador para doutrinar e enfiar goela abaixo dos outros preferências pessoais é manipulação, não é influência. Para mim, isso é um desrespeito com o outro.
Chega de tribalismo! Já disse milhares de vezes, mas não custa repetir: a solução é discutir propostas, projetos de país e ações concretas; não pessoas. Aí, cada um, baseado em seus próprios valores e preferências terá condições de fazer suas próprias escolhas de forma consciente, o que hoje, infelizmente, não acontece.
Da minha parte, garanto que continuarei a ser isento, elogiando o que merecer elogio e criticando o que merecer crítica, torcendo pelo sucesso do próximo Presidente e cobrando-o tempo inteiro, seja ele quem for, como tenho feito publicamente há 3 décadas."
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