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Rumo a 2030: Uma Resposta Inesperada. O futuro não é tão futurístico como pensávamos.

Foto do escritor: João FalangaJoão Falanga

No filme original e no novo há carros voadores, que são ainda protótipos hoje. Os outdoors digitais interativos foram profetizados na fita dos anos 1980 (Foto: divulgação)

À medida que nos aproximamos do limiar de 2030, quase atravessando a metade do século XXI, observamos um cenário distante da grandiosidade imaginada em décadas e séculos passados. O futuro, ao contrário das expectativas, desenrola-se com menos espetacularidade. A inovação tecnológica, apesar de sua presença marcante, parece ter concentrado sua essência em dispositivos compactos, como smartphones, drones e óculos de realidade aumentada e virtual, mantendo-se, paradoxalmente, quase imperceptível.


Surpreendentemente, mesmo com avanços notáveis em áreas como a distribuição de internet de alta velocidade, moedas digitais (criptomoedas) e a introdução da inteligência artificial (IA), setores como aviação e elevadores permanecem relativamente inalterados, com escassas inovações dignas de nota. O antigo ícone da aviação comercial supersônica, o Concorde, aposentou-se em 2003, e até agora, sua ausência carece de um sucessor à altura.


A sétima arte, apesar da digitalização, não testemunhou revoluções significativas. A tecnologia 3D, por exemplo, permanece estagnada em sua essência, apenas migrando para o domínio digital. A verdadeira inovação residiu na forma de distribuição, com os serviços de streaming emergindo como protagonistas. No entanto, o vasto catálogo dessas plataformas ainda não rivaliza com a riqueza encontrada nas videolocadoras do passado, evocando uma nostalgia palpável por esses estabelecimentos.


Se este curso persistir, a inovação tecnológica pode não redesenhar de maneira radical o panorama urbano. Pelo contrário, testemunhamos uma ressurreição surpreendente da arquitetura clássica, refletida na restauração de edifícios antigos e na construção de novos que respeitam e preservam a estética histórica. Ironicamente, a tecnologia emerge como uma aliada nesse resgate do passado.


Na esfera da fotografia e do cinema, há uma tendência crescente em direção ao analógico. A estética da década de 1980, por exemplo, é meticulosamente replicada na série "Stranger Things". A fotografia analógica, outrora eclipsada pela era digital, encontra sua ressurgência, acompanhada por uma ampla oferta de cursos e recursos online, recriando a experiência analógica na era digital.


No domínio religioso, a Missa Tridentina, com suas tradições pré-Concílio Vaticano II, experimenta um renascimento no Brasil. O culto à tradição, apoiado pelo Summorum Pontificum de 2007, encontrou uma base estável de fiéis. Essas missas em latim, com mulheres usando véus, resistem ao teste do tempo, apesar das limitações impostas pelo Papa Francisco.


Setores como automobilismo não escapam dessa ressurreição do passado. Carros antigos valorizam-se, formando uma comunidade digital efervescente. O aumento nos preços, especialmente para ícones como o Fusca, reflete a crescente demanda por essas relíquias. Com a tecnologia como aliada, a possibilidade de produzir novamente modelos clássicos, como a "Polaroid" fez com seus filmes, torna-se uma realidade tangível.


A fascinação pelo passado e suas tradições parece transcender a superficialidade das modas passageiras. Pode muito bem representar uma busca subconsciente por um mundo mais sólido e menos efêmero, onde a inovação coexiste harmoniosamente com a preservação do legado.


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