Embora seja um entusiasta das artes e tenha acompanhado a carreira de Kevin Spacey por anos, escrevo este post não como um mero observador de Hollywood, mas como um ex-advogado e estudante de direito, indignado com a injustiça que emergiu da situação do ator.
O caso Spacey, que viu um ator aclamado transformar-se numa pária social quase da noite para o dia, evidencia o poder do julgamento público e o perigo da cultura do cancelamento. No entanto, mais do que isso, ressalta a necessidade de um entendimento claro e informado sobre a acusação e o processo legal.
Enquanto a justiça opera na presunção de inocência, o tribunal da internet condena sem julgamento, apenas com base em alegações. A rápida disseminação de informações, muitas vezes não verificadas ou compreendidas, pode causar danos irreparáveis a uma pessoa, seja ela culpada ou inocente. É nosso dever, como sociedade, assegurar que o direito a um julgamento justo não seja negligenciado, e que a indignação pública não ofusque os princípios básicos de justiça.
O veredito final do caso Spacey, que resultou na sua absolvição, levanta questões significativas sobre a indústria do entretenimento e a sociedade em geral. Precisamos questionar se temos permitido que o clamor das redes sociais substitua o sistema judicial. Precisamos questionar se temos sido justos.
É hora de repensar a maneira como formamos nossas opiniões e condenações. A busca pela verdade deve sempre prevalecer sobre a pressa em julgar e condenar. A informação precisa e completa é a chave para uma sociedade justa e equilibrada. E como ex-advogado e estudante de direito, apelo à nossa responsabilidade coletiva para garantir que o tribunal da internet não substitua a justiça equitativa.
Atualizado em 23/8/2023. Tem um vídeo do jornalista Regis Tadeu falando sobre esse cancelamento excessivo da internet:
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